Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas defende que é necessário um maior “foco os produtos alimentares destinados a crianças”, no sentido de reduzir o teor de sal e açúcar, para aumentar e não comprometer os resultados positivos já conquistados neste sentido.
Na passada terça-feira, foram anunciados os resultados do processo de reformulação dos produtos alimentares em Portugal, durante os últimos três anos. Foi registada uma redução de cerca de 11% de sal e açúcar em determinados produtos, bastante populares entre os mais novos, como batatas fritas e outros snacks salgados, cereais de pequeno-almoço, pizzas, iogurtes e leites fermentados, leite achocolatado, refrigerantes e néctares.
Essa redução foi, no total, e segundo a Direção-Geral da Saúde, de menos 25,6 toneladas de sal e menos 6.256,1 toneladas de açúcar.
A bastonária da Ordem dos Nutricionistas disse à Agência Lusa que os resultados devem ser celebrados, mas apelou a que não se pare agora. Alexandra Bento reconheceu que algumas categorias de alimentos “já foram mais além”, ao ultrapassarem as metas definidas, mas que é necessário definir já novos objetivos e “abranger mais produtos alimentares”.
A bastonária destacou que é necessário um maior “foco nos produtos alimentares destinados a crianças“, que em recentes estudos acusaram quantidades de açúcar e sal não recomendadas. A responsável apela a que sejam celebrados compromissos com empresas que produzam alimentos para crianças, o mais rápido possível.
Alexandra Bento defende que a saúde alimentar não pode estar “refém” das mudanças de governo. O processo de reformulação dos produtos alimentares em Portugal remonta a 2018, quando se iniciou o diálogo entre as autoridades de saúde e a indústria alimentar e de distribuição.
17 de fevereiro 2022
